domingo, 5 de julho de 2009

Andragogia: Educação de Adultos

A Andragogia, é o campo da Pedagogia que se dedica ao estudo do processo de ensino e de aprendizagem do adulto. Mesmo não sendo um termo já incorporado na Língua portuguesa, a delimitação e reflexão que ele propicia a nós, profissionais de Educação sobre o quanto é necessário termos concepções de Homem , de mundo, da relação professor/aluno, ensino/aprendizagem respeitando o nosso cliente de Capacitação que é o adulto, é importante utilizá-lo. A educação de adultos passou a merecer tratamento de disciplina especial a partir de experiências realizadas com a alfabetização e com treinamento empresarial. Desde a década de 40, educadores e analistas de treinamento procuram por um método eficaz para a educação do adulto. Em suas atividades, acabaram detectando a ausência de conhecimento específico sobre os processos cognitivo e afetivo que garantem a aprendizagem do homem adulto. Por muito tempo, esse conhecimento ficou restrito à academia e os educadores que atuam com a educação infantil sempre manifestaram maior preocupação com metodologia e didática no ensino. Só nas últimas décadas, - e no Brasil muito por influência da obra de Paulo Freire - que profissionais de treinamento e educadores agora começam buscar referências pedagógicas para ações educativas com adulto.
O desconhecimento do processo cognitivo específico do adulto no seu
aprendizado , faz com que os métodos de treinamento escolhidos apresentem resultados que deixam a desejar na hora de aplicá-los na realidade empresarial. Em alguns casos o foco principal é o conteúdo na informação que se deseja que o aprendiz adquira , ensinar uma nova planilha de controle, novo modelo de projeto, que em sua maioria não são implementados , tem sido uma constante para a área de T&D. Os departamentos de Recursos Humanos das mais expressivas organizações acumulam o ônus de não garantir resultados e eficácia com os treinamentos tradicionais.
Da mesma forma, vêm se mostrando ineficazes os métodos focados basicamente no conhecimento de quem ensina e não na necessidade de quem aprende. Nem sempre o currículo privilegiado do consultor, nem sempre aqueles que apresentam maior cabedal de conhecimento são os que obtêm os melhores resultados na capacitação de adultos. Um método de treinamento baseado, digamos, no título de PhD do instrutor não é garantia de sucesso em sala de aula. O que ocorre com freqüência nessas situações é a elevação do grau de tensão emocional do adulto aprendiz. Sabendo-se diante de uma oportunidade de aprendizado que não pode ser desperdiçada, ele começa a estabelecer comparações entre sua ignorância e sapiência do professor. Isso muitas vezes faz com que ele se sinta incapaz ou – o que é ainda pior – que registre apenas parte das informações recebidas, ficando com aprendizado fragmentado. Isto se agrava quando o aprendiz é um empresário.
Alguns profissionais de Recursos Humanos mais sensíveis a essa realidade levaram as metodologias tidas como alternativas ao contexto organizacional. A expectativa, em alguns casos, era de revolucionar a educação empresarial. As experiências, mais uma vez, não se consolidaram como sucesso. Na maioria dos casos elas mais uma vez, tinham o foco no conhecimento do consultor (psicanalistas, neurolinguistas, e até mesmo os psicodramatistas) e não a conjunção de fatores que inclui o aprendiz , o método , a cultura organizacional e os resultados esperados. Esse é o ponto: no momento em que o foco se volta para o adulto/aprendiz, torna-se necessário conhecer quem é esse “outro” a quem estaremos propiciando novos conhecimentos, novas experiências e contribuindo efetivamente para sua aprendizagem.
Nesse contexto, é importante termos o entendimento do que é Educação। Podemos enxergá-la como um fenômeno social que se configura concretamente em uma situação de aprendizagem, como um processo dinâmico que prepara o homem em e para uma dada sociedade, conforme preconiza.

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